quinta-feira, 31 de julho de 2008

Tecendo o Saber

Talvez eu seja o único a saber do que se trata o projeto 'Tecendo o Saber' da Fundação Paulo Freire, transmitido pela Rede Globo e o Canal Futura e produzido pela TV N. Digo isso porque nessas férias acompanhei bem dizer todos os episódios. Durante o ano eu assistia de vez em quando quando não dormia ou quando acordava extremamente cedo, e sempre me chamou atenção.

É como um telecurso, porém para 1º grau, com formato de mini-novela (deve ser daí meu gosto pelo programa), onde durante os episódios enquanto as cenas se desenvolvem, a locução do narrador entra e explica coisas, sem atrapalhar o andamento do capítulo.

No elenco principal estão atores consagrados no teatro e outros novatos:
  • Benvindo Siqueira - Celestino
  • Roberta Rodrigues - Valdete
  • Antônio Fragoso - Januário
  • Aline Aguiar - Bruna
  • Ana Paula Bouzas - Socorro
  • Claúdio Gabriel - Francisco
  • Além de participações especiais de atores globais 'consagrados'.
Cada um dos personagens tem uma história de vida muito comum dos brasileiros comuns...

Seu Celestino é um emigrante nordestino que fez a vida com sua vendinha no bairro onde se passa o programa (não sei a cidade e eles nunca falam, mas creio que seja em São Paulo ou Minas);
Valdete é casada com Januário. Ela trabalha como gari e é a típica mulher 'arretada', sempre nervosa e com gênio muito forte, ele é um eterno desempregado, mas sempre consegue algum bico e compra um agrado para sua amada;
Bruna é filha de Socorro. Socorro é mãe solteira e trabalha como diarista. Bruna estuda na escola municipal e é uma aluna aplicada;
Francisco é primo de Socorro e veio do nordeste tentar a vida como pedreiro na cidade grande, sempre acaba quebrando um galho para Seu Celestino.

O interessante é que por mais que as histórias sejam longe da nossa realidade (digo da nossa porque ninguém que eu conheço, ou que eu passei este endereço, é nordestino, gari, pedreiro, etc), o programa consegue nos colocar dentro deste universo com muita naturalidade, e não raro entramos na pele dos personagens.

Creio que isto acontece pelo fato de mostrarem situações cotidianas que todos nós (ou nossos pais) vivemos ou vamos viver, como o desemprego, a amizade, o pedir fiado pro dono da venda da esquina, a esperteza de Bruna na escola, ela perder a virgindade com o primeiro namorado, não usar camisinha e morrer de medo de engravidar (isso mais pra frente do programa), o fato de Valdete e Januário não conseguirem ter filhos (e mais pra frente eles acabam adotando um menino de rua que abriga-se na porta da venda de Seu Celestino), Francisco ser um primo que veio de longe tentar a vida na cidade dos parentes, além dele ser analfabeto e ter aulas no supletivo, de Socorro ser uma mãe que criou sozinha sua filha e tenta dar o melhor para ela...

Enfim, eles olham televisão (coisa rara em programas de televisão), fazem comida, limpam a casa, se endividam, não falam um português corretíssimo, sem falar nos cenários que na minha opinião são os melhores cenários de cotidiano da tv, melhor mesmo que a casa da Grande Família. Não sei se já notaram, mas casa de pobre de novela é sempre muito parecida com a do patrão.

Vale a pena acordar uma vez na vida ali pelas 6h da manhã, ligar a tv na Globo (infelizmente esse é o horário de coisas educativas na rede que 'a gente se vê') e acompanhar um capítulo de Tecendo o Saber.

Devo ressaltar que a simplicidade dos personagens não exigem muito dos atores, mas em ocasiões como a dúvida de Bruna estar grávida ou não ela e sua mãe dão show de dramaticidade (dentro da proposta do programa, claro), e que esta mesma simplicidade faz com que a pobreza que eles vivem seja um tanto glamourizada, um pouco longe dos bairros de periferia que vemos nos jornais onde sempre se mata um e as vendinhas da esquina têm grades até o teto.

Links não muito informativos sobre o projeto: aqui e aqui.

quarta-feira, 30 de julho de 2008


Desde ontem que olho as fotos antigas que encontrei em uma caixa de fotografias aqui em casa...

Nossa! tanta coisa que nem sei numerar, desde aquelas fotos com as bordas recortadas com aquelas tesouras super divertidas que todo mundo já teve uma no pré (se tu não teve, deve ser super frustrado hein!), preto-e-branco, amarelas, de gente que eu nunca vi e provavelmente nem estejam vivas ainda, e fotos minhas. :o

Em pensar que eu nasci de cabelo preto e nas fotos ainda neném tenho o cabelo loiro e liso, em pensar que eles se mantiveram assim até meus exatos 13 anos (a última foto de cabelo loiro e liso que tenho é no meu aniversário de 13 anos), logo escureceram, depois encresparam, depois ficaram claros, depois escureceram, e agora tão meia-boca, depende da luz XD.

Fotos onde meu pai usava bigode, outras onde ele ainda tinha cabelo, fotos das mulheres com os cabelos crespíssimos, outras onde minha mãe exibe o melhor cabelo à la amy, os da minha irmã então, nossa(!) esses sim eram crespos, e hoje tão lisos que chega dar nojo (química e chapinha neles!)

Resolvi que podemos classificar nossas vidas de acordo com o cabelo que temos...

passou no vestibular: raspou (hoje tá mais raro isso)
virou milico: raspou (e raspou mesmo)
festa: chapinha neles (pras meninas e uns caras aí...) no meu caso é creme mesmo, e só
vai casar: alonga os fios
é preto: faz luzes
é loiro: clareia
é castanho: ou escurece ou clareia
é crespo: alisa
é liso: faz cachos
quer radicalizar: pinta de vermelho

Enfim, ninguém é contente com suas madeixas, ou se é, elas dão um jeito de ficarem bem fora do que tu gosta só pra ti não gostar mais.

Depois de olhar centenas de fotos (e não falo com exageiro) resolvi falar disso mesmo, porque falar de toda minha infância feliz, das saudades dos que só estão nas fotos, do tempo que eu queria ter vivido mas não era nem nascido, de como as roupitchas e os óculos da minha mãe eram super estilosos e queria roubar todos pra mim hoje, de como as calças boca-de-sino do meu pai ficavam ótimas nele, e hoje ele só usa calça social com corte tradicional, e do quanto eu chorei revivendo isso tudo...

Cabelo é fútil (na real o que não é?) mas não tanto... e AQUI tem coisas bem interessantes sobre ele.

(na foto: eu e meu velho, em algum tempo passado)

ócio criativo

como diria a elisa em seu útimo post 'ócio criativo é uma boa desculpa'.
mas ela desculpou-se por não postar... a minha desculpa é justamente ter criado este blog e estar postando nele agora.

finaleira de férias, na casa do meu pai, sem absolutamente nada pra fazer (não tenho amigos aqui e as festas são só de pagode, odeio!), surge um certo pedrinho e me pede para fazer uma imagem para o cabeçalho de seu blog... 3... 2... 1... acabei fazendo um pra mim.

madrugadas em cima do layout dele e do meu e cá estamos, inaugurando os nossos blog bem dizer ao mesmo tempo.


logo, meu pai vendo o que eu estava fazendo me deu a idéia de fazer uma foto para o blog, e lá fomos nós, ele me pelou(!), me deu uma sombrinha e click:
meu pai é foda! e eu sou filho dele [;)]