Talvez eu seja o único a saber do que se trata o projeto 'Tecendo o Saber' da Fundação Paulo Freire, transmitido pela Rede Globo e o Canal Futura e produzido pela TV N. Digo isso porque nessas férias acompanhei bem dizer todos os episódios. Durante o ano eu assistia de vez em quando quando não dormia ou quando acordava extremamente cedo, e sempre me chamou atenção.
É como um telecurso, porém para 1º grau, com formato de mini-novela (deve ser daí meu gosto pelo programa), onde durante os episódios enquanto as cenas se desenvolvem, a locução do narrador entra e explica coisas, sem atrapalhar o andamento do capítulo.
No elenco principal estão atores consagrados no teatro e outros novatos:
É como um telecurso, porém para 1º grau, com formato de mini-novela (deve ser daí meu gosto pelo programa), onde durante os episódios enquanto as cenas se desenvolvem, a locução do narrador entra e explica coisas, sem atrapalhar o andamento do capítulo.
No elenco principal estão atores consagrados no teatro e outros novatos:
- Benvindo Siqueira - Celestino
- Roberta Rodrigues - Valdete
- Antônio Fragoso - Januário
- Aline Aguiar - Bruna
- Ana Paula Bouzas - Socorro
- Claúdio Gabriel - Francisco
- Além de participações especiais de atores globais 'consagrados'.
Cada um dos personagens tem uma história de vida muito comum dos brasileiros comuns...
Seu Celestino é um emigrante nordestino que fez a vida com sua vendinha no bairro onde se passa o programa (não sei a cidade e eles nunca falam, mas creio que seja em São Paulo ou Minas);
Valdete é casada com Januário. Ela trabalha como gari e é a típica mulher 'arretada', sempre nervosa e com gênio muito forte, ele é um eterno desempregado, mas sempre consegue algum bico e compra um agrado para sua amada;
Bruna é filha de Socorro. Socorro é mãe solteira e trabalha como diarista. Bruna estuda na escola municipal e é uma aluna aplicada;
Francisco é primo de Socorro e veio do nordeste tentar a vida como pedreiro na cidade grande, sempre acaba quebrando um galho para Seu Celestino.
O interessante é que por mais que as histórias sejam longe da nossa realidade (digo da nossa porque ninguém que eu conheço, ou que eu passei este endereço, é nordestino, gari, pedreiro, etc), o programa consegue nos colocar dentro deste universo com muita naturalidade, e não raro entramos na pele dos personagens.
Creio que isto acontece pelo fato de mostrarem situações cotidianas que todos nós (ou nossos pais) vivemos ou vamos viver, como o desemprego, a amizade, o pedir fiado pro dono da venda da esquina, a esperteza de Bruna na escola, ela perder a virgindade com o primeiro namorado, não usar camisinha e morrer de medo de engravidar (isso mais pra frente do programa), o fato de Valdete e Januário não conseguirem ter filhos (e mais pra frente eles acabam adotando um menino de rua que abriga-se na porta da venda de Seu Celestino), Francisco ser um primo que veio de longe tentar a vida na cidade dos parentes, além dele ser analfabeto e ter aulas no supletivo, de Socorro ser uma mãe que criou sozinha sua filha e tenta dar o melhor para ela...
Enfim, eles olham televisão (coisa rara em programas de televisão), fazem comida, limpam a casa, se endividam, não falam um português corretíssimo, sem falar nos cenários que na minha opinião são os melhores cenários de cotidiano da tv, melhor mesmo que a casa da Grande Família. Não sei se já notaram, mas casa de pobre de novela é sempre muito parecida com a do patrão.
Vale a pena acordar uma vez na vida ali pelas 6h da manhã, ligar a tv na Globo (infelizmente esse é o horário de coisas educativas na rede que 'a gente se vê') e acompanhar um capítulo de Tecendo o Saber.
Devo ressaltar que a simplicidade dos personagens não exigem muito dos atores, mas em ocasiões como a dúvida de Bruna estar grávida ou não ela e sua mãe dão show de dramaticidade (dentro da proposta do programa, claro), e que esta mesma simplicidade faz com que a pobreza que eles vivem seja um tanto glamourizada, um pouco longe dos bairros de periferia que vemos nos jornais onde sempre se mata um e as vendinhas da esquina têm grades até o teto.
Links não muito informativos sobre o projeto: aqui e aqui.
Seu Celestino é um emigrante nordestino que fez a vida com sua vendinha no bairro onde se passa o programa (não sei a cidade e eles nunca falam, mas creio que seja em São Paulo ou Minas);
Valdete é casada com Januário. Ela trabalha como gari e é a típica mulher 'arretada', sempre nervosa e com gênio muito forte, ele é um eterno desempregado, mas sempre consegue algum bico e compra um agrado para sua amada;
Bruna é filha de Socorro. Socorro é mãe solteira e trabalha como diarista. Bruna estuda na escola municipal e é uma aluna aplicada;
Francisco é primo de Socorro e veio do nordeste tentar a vida como pedreiro na cidade grande, sempre acaba quebrando um galho para Seu Celestino.
O interessante é que por mais que as histórias sejam longe da nossa realidade (digo da nossa porque ninguém que eu conheço, ou que eu passei este endereço, é nordestino, gari, pedreiro, etc), o programa consegue nos colocar dentro deste universo com muita naturalidade, e não raro entramos na pele dos personagens.
Creio que isto acontece pelo fato de mostrarem situações cotidianas que todos nós (ou nossos pais) vivemos ou vamos viver, como o desemprego, a amizade, o pedir fiado pro dono da venda da esquina, a esperteza de Bruna na escola, ela perder a virgindade com o primeiro namorado, não usar camisinha e morrer de medo de engravidar (isso mais pra frente do programa), o fato de Valdete e Januário não conseguirem ter filhos (e mais pra frente eles acabam adotando um menino de rua que abriga-se na porta da venda de Seu Celestino), Francisco ser um primo que veio de longe tentar a vida na cidade dos parentes, além dele ser analfabeto e ter aulas no supletivo, de Socorro ser uma mãe que criou sozinha sua filha e tenta dar o melhor para ela...
Enfim, eles olham televisão (coisa rara em programas de televisão), fazem comida, limpam a casa, se endividam, não falam um português corretíssimo, sem falar nos cenários que na minha opinião são os melhores cenários de cotidiano da tv, melhor mesmo que a casa da Grande Família. Não sei se já notaram, mas casa de pobre de novela é sempre muito parecida com a do patrão.
Vale a pena acordar uma vez na vida ali pelas 6h da manhã, ligar a tv na Globo (infelizmente esse é o horário de coisas educativas na rede que 'a gente se vê') e acompanhar um capítulo de Tecendo o Saber.
Devo ressaltar que a simplicidade dos personagens não exigem muito dos atores, mas em ocasiões como a dúvida de Bruna estar grávida ou não ela e sua mãe dão show de dramaticidade (dentro da proposta do programa, claro), e que esta mesma simplicidade faz com que a pobreza que eles vivem seja um tanto glamourizada, um pouco longe dos bairros de periferia que vemos nos jornais onde sempre se mata um e as vendinhas da esquina têm grades até o teto.
Links não muito informativos sobre o projeto: aqui e aqui.