segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Dali, o gato voador

well... domingo foi meu dia do cão, ou melhor, do gato...

ele começou no sábado... falido, fui numa festa onde o meu amigo pedro pagou pra eu entrar, conseqentemente, bebi nas costas dos outros... amigo é pra essas coisas também né...¿
ainda teve o ovo, a chuva, e a dor nos músculos da barriga.

estava cuidando do gato Dali, amarelo, raça-não-definida, brincalhão, esperto, e que eu não tinha tanta afinidade, mas acabei me apegando ao bichano de maneira tal que nos tornamos bons amigos estabelecendo uma comunicação homem-animal bem resolvida.

pois bem... após a festa pedro e eu fomos dormir na casa de Dali, o gato.
alimentei-o e fomos dormir... domingo pela manhã acordei, voltei a alimentá-lo (ele come mais que eu), limprei sua caixa de areia (ele tem banheiro exclusivo, coisa que nem eu tenho) e fui fazer uma comida super saborosa para almoçar (moijo de picanha com miojo de queijo).

horas depois, bateu aquela vontade domingueira de comer algo doce e inventei de fazer um negrinho, ou brigadeiro, como queiram.

fervi o leite condensado com nescau, e como sou ultra sortudo queimou. abri a janela e fui ver a Maísa (mini-musa da tv brasileira) no programa do Sílvio Santos (muso-ancião-mor da tv brasileira).

logo após pensei "onde está Dali?" e fui procurá-lo... nada dele aparecer /ataque.

pedro brinca: "vai ver que ele foi na vizinha".

bingo! ele saiu pela janela da cozinha e foi para a vizinha... "vou ver"... coloco a cabeça pra fora e o vejo lá no primeiro andar, com uma carinha quase do Gato de Botas do Shrek e um piedoso 'meow'.

/ataque²

corre na vizinha do 101, o gato te ataca pois está assustado, pega uma fatia de peito de peru defumado da vizinha, chama o gato, pega o gato, examina o gato... leva o gato pro ap, dá comida pro gato, examina o gato... ele está com o focinho inchado... tipo quando a gnt leva um soco na cara... "vai passar, não quebrou nada..."

Dali, o gato, tão brincalhão, estava cabisbaixo, estressado, e apenas queria descançar... dava uns espirros e umas fungadas estranhas graças ao focinho inchado...

Daiana, a mãe do gato, chega de sua jornada ao aniversário da prima e nota o focinho estranho de Dali... chora, acaricia, chora, mima, chora, e me pergunta o ocorrido... explico a artemanha do gato voador Dali e ela entra em desespero... absolutamente normal, não é sempre que seu gato cai do 3° andar...

pois bem... vim para minha casa e não parava de pensar no Dali e na Dai, no dali porque ele caiu da janela, e na Dai porque o Dali caiu da janela...

Daiana no msn demostrava total preocupação com o focinho de Dali e me deixou mais nervoso ainda, não descancei enquanto não achei um veterinário para ir examiná-lo.

lembrei de Michel, meu amigo, que é formado em veterinária e atende em casa. me fui correndo no ap dele, expliquei a situação e lá fomos nós... Michel passou uma pomadinha (?) no pequeno corte labial de Dali e disse que ele estava bem. uuufa, salvei a Dai.

hoje as noticias que tive foram animadoras, ele está voltando a ficar brincalhão, e logo mais vai voltar a me morder e me arranhar, hehe.

depois disso tudo, encerrei o dia exausto, estressado e até sonhei com o Dali.

MEO! gatos não caem à toa! ainda mais ele que é acostumado a ficar na sacada por horas a fio. minhas teorias sobre a queda de dali envolvem um vizinho e a chuva que pode tê-lo feito escorregar, ou ambas juntas, mas não quero ser injusto.
pena ter acontecido justo quando eu estava cuidando dele (pena ter acontecido de qualquer maneira na verdade). gostei de cuidar do gato. tive um amigo felino por uns dias só pra mim, saí da rotina de final-de-semana... foi tão bom. justo no último dia... aiai.

mas ele ainda tem 6 vidas. que não as desperdice. pior a gente que só tem uma.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

areinvençãodovideoclipe

O Superman (EUA, 1981). Josh White para Laurie Anderson:

Nos primórdios do music video, White conseguiu transformar a simplicidade do primeiro formato de clipe num exercício rigoroso e quase minimalista de diálogo entre câmera e os gestos de Anderson. Sobre fundos vazios, cenários desnudos e nada mais que um foco de luz, a dama da performance, mais sóbria, fria e andrógina do que nunca, canta o ocaso dos grandes mitos ("O Superman, O Judge, O Mom and Dad!"). O momento forte ocorre quando ela coloca uma fonte de luz dentro da boca: na penumbra, o movimento de sua boca parece emitir faíscas e raios por entre os dentes. Fortemente influenciada pela linguagem do videoclipe, Laurie Anderson dirigeria, em 1985 o filme Home of Brave, uma audaciosa síntese de imagens cinemáticas, teatro de vanguarda e computação gráfica.



Comme to Daddy (Grã-Bretanha, 1997). Chris Cunningham para o Aphex Twin

Aphex Twin é o pseudônimo de Richard D. James, o inventor da música ambiente pós-punk, que depois aderiu ao techno, ou mais exatamente a uma música eletrocaústica em estilo jungle. Comme to Daddy é um exemplo de clipe integral, som e imagens pensados e trabalhados simultaneamente por músico e cineasta. O diretor Cunningham (que fez também o inventivo All Is Full of Love, 1999, com música de Björk) faz uma fusão exata de imagens eletrônicas (vídeo) e fotoquímicas (cinema), extraindo o melhor de cada categoria. A parábola do monstro que sai da tela da televisão é pretexto para um clipe verdadeiramente assustador, lembrando de longe alguns filmes de David Cronenberg. Os personagens - um daddy longilíneo e um bando de anões pervertidos - são todos sexualmente indefinidos. À medida que os sons se desintegram em ruídos dissonantes, as imagens também vão perdendo sua definição figurativa e se reduzem a manchas e riscos disformes.



Do livro "A Televisão Levada a Sério" de Arlindo Machado.

Neste capítulo entitulado "Reinvenção do Videoclipe" o autor aponta "Dez videoclipes arrazadores", que ajudaram a conceituar o que vemos hoje e definir uma linguagem própria para vídeos musicais, contribuindo para o que se pode chamar de 'qualidade em tv'.

Vale
a pena conferir os outros 8 vídeos, basta dar uma buscada, porém eu não consegui encontrar alguns deles que muito me chamaram a atenção por sus descrições e análises feitas pelo autor:


Drive (EUA), 1992). Peter Care para o R.E.M.
Mondo Video (Grã-Betanha, 1986).
Música e vídeo de Kevin Godley e Lol Creme.
People of the Sun (EUA, 1996). Peter Christopherson para o Rage Against the Machine.
C'est comme ça (França, 1987).
Jean-Baptiste Montino para Rita Mitsouko.
Fire on Babylon (Irlanda, 1994). Michel Gondry para Sinéad O'Connor.
O silêncio (Brasil, 1997). Tadeu Jungle para Arnaldo Antunes.
Kuroi Junin no Onna (Japão, 1998). Hiroshi Ito para o Pizzicato Five.
Ashes to Ashes (Grã-Betanha, 1980). David Mallet para David Bowie.

Sabe, tô vendo a televisão com outros olhos depois deste livro. Ele tenta encontrar (e creio que encontre, ainda tô no começo e pulando partes, hehe) uma linguagem televisiva cultural, e não apenas avacalha com o mais popular dos meios, como fazem a maioria dos autores nas literaturas 'especializadas'.


=D

domingo, 10 de agosto de 2008

a carteira perdida

-'alô, a dona ilda?'
-'alô, sim, pode falar...'
-'seguinte, dona ilda, encontrei uma carteira sua no banco do brasil...'
-'que carteira?'
-'uma preta... tem sua carteira de motorista, uns papéis e dinheiro...'
-'carteira minha...?'
-sim, encontrei aqui no banco do brasil da frente da locomotiva...'
-'mas que horror... e agora?'
-'bom, ela tá aqui comigo... a senhora mora aqui perto?'
-'tu tá onde?'
-'na frente do banco, na praça, tomando mate com meus amigos...'
-'tá, logo mais vou aí...'
-tá bom, vamos esperar pela senhora'

tututu

"a senhora é a dona ilda?"
"sim... tudo bem?"
"tudo jóia... tá aqui a sua carteira."
"mas como eu fui me esquecer dela? ainda uma carteira q pouco uso, velha, surrada"
(foi a carteira mais feia que vi na vida, realmente)
"eu tomei a liberdade de mexer pra ver se tinha algum telefone ou documento com nome"
"e tinha meu telefone anotado?"
"não, a gente ligou pro 102"
"ai, muito obrigada"
"capaz..."
"e quanto eu te devo"
"como assim?"
"quanto te devo?"
"ora, NADA."
"de verdade?"
"claro."
"ai, muito obrigada, e tudo de bom pra vocês"
"não por isso, mas tenta não esquecer de novo"
"pode deixar. obrigada"

é impressionante como as pessoas se chocam com coisas que deveriam ser normais.

a cara desta senhora quando abriu a carteira e viu todos os documentos e o dinheiro que tava dentro foi algo.

isso que dá andar com gente honesta... mas uns 5 pila me ajudavam pelo saldo que gastei ligando pra ela, heheh.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

.sofrizeres.

- eu não sei mais o que fazer, eu não amo ele...

-mas então por que tu sempre acaba cedendo?

- eu não seeei! sou BURRA!

- pára! tu é uma das pessoas mais inteligentes e sensatas que eu conheço!

*silêncio*

- sabe o que eu acho!??: isso é sentimento de posse. tanto teu quanto dele, mas no teu caso é sentimento de posse com efeito espelho! te liga! tu tá te sentindo dele, sendo que ele não tá nem aí pra ti.

- acho que pode ser isso mesmo...

*silêncio*

- e outra: quer saber?!!!?: arrisca mais, chuta o balde! não quero mais te ver se lamuriando por ele e muito menos por qualquer outro cara que tu tenha me mostrado o orkut tempos atrás! inova! vai te relacionar com gente diferente! explora!
vai sofrer por gente nova, que possa valher a pena...
novos sofrimentos geram novos prazeres!

[e assim concluiu-se mais uma noite]

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Os Insetos Interiores

Notas de um observador:

Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.

A futilidade encarrega se de “mais tralos’.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.

Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, “infértebrados”.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se


A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

[por: O Teatro Mágico]

não canso de ouvir o novo cd deles e recomendo.

(re)volta às aulas

mais uma manhã fria em que me acordo, tendo dormido apenas algumas horas, para ir pra faculdade.

por que nosso curso tem que ser de manhã?

ontem tive aula de noite com o joralismo e foi simplesmente ótimo. não estava cansado, não estava frio-infernal-de-dia-amanhecendo, e de quebra depois da aula ainda deu para ir no bar da frente e tomar cevejinhas até quase duas horas da madruga com a nova turma.

de manhã o povo ainda tá meio remelento, cara inchada, vontade de voltar correndo pra cama... uma hora depois a cara já é de felicidade em estar fazendo o que gosta (menos quando tem provas e tal)... mas uma reuniãozinha num buteco depois da aula se tornou inviável. vários trabalham ou estagiam cedo da tarde, ou, no meu caso, têm que ir pra casa fazer almoço e tal...

mas mesmo assim eu amo tudo isso, toda essa função de acordar cedo, ter compromissos de tarde e vivier correndo. o negócio é manter o ritmo (é ritmo de festa). /silvio

bom, tô me atrasando. fui.

sábado, 2 de agosto de 2008

e dá vontade

de gritar e esbravejar tudo que está cá preso na garganta.
de chorar. mas não chorar de rir.
de rir, mas não da desgraça.
de colocar pimenta nos olhos e gritar bem alto 'foda-se!'

mas é só vontade.
não há como realizar vontades quando elas não são vontades.
vai saber.

aperta forte os olhos até que surja aquele túnel colorido e começa a sentir os batimentos cardíacos neles

pronto... passou.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

enfim... o ponto final (.)

ãããin, nada como o cheiro das coisas da gente, a cama da gente, a cozinha com azulejos florais-azuis-super-anos-80-cafonérrimos da gente, a descarga barulhenta da gente, o cinzeiro da gente, as luzes da casa da gente, mtv na tv aberta, aiai... o foda é a rotina da gente que tá contando as horas pra recomeçar.

4 horas de viagem depois, estou aqui, vivo e cheio de expectativas.

viajar de ônibus dá um nervoso né?
o motorista era louco, o ar-condicionado geladíssimo e o lugar ao meu lado veio vazio, o que me dava muito nervosismo em cada parada porque... vai que entra aqulas pessoas gordas que adoram conversar, afff. por isso me muni bem com muitas músicas estranhas no meu mp3 e não o desgrudei do ouvido, além de dormir grande parte do trajeto. ningém sentou do meu lado XD. de novo. sou batizado pra isso.

o ruim é que chegando em santa maria lembrei da minha cuia e da minha bomba que deixei secando antes de vir... e esqueci de pôr na mala! /ataque

sem falar nas histórias eróticas relatadas pelo meu taxista no caminho da rodoviária até em casa... nossa. gente, ser taxista dá caldo. e de cana tbm.
vou ali me masturbar lembrando o que ele contava e imaginando a cena naquele siena 4 portas automático com itens de série.
(nojo)(!)

see ya